Documentos mantidos em sigilo pela
Polícia Federal do Brasil revelam que a Al Qaeda, de Osama Bin Laden,
ordenou a execução de um atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do
Cristo Redentor, um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro. Bin Laden
destacou dois mujahedins para o seqüestro de um avião que seria lançado contra
a "estátua-símbolo dos infiéis cristãos".
Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas
chegaram ao Rio no domingo, 5 de setembro, às 21h47m, num vôo da Air France. A
missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos
muçulmanos foi extraviada,seguindo num vôo para o Paraguai.
Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e
dificuldade de comunicação em virtude do inglês ruim, os dois saem do
aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte,
com intérprete. Os dois terroristas apanharam um táxi pirata na saída do
aeroporto, sendo que o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou duas
horas dando voltas pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada
Fluminense. No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e
espancaram.
Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em
cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que
entregava gás. Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treinamento de guerrilha
no Afeganistão, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel de Copacabana.
Alugaram então um carro e voltaram ao aeroporto, determinados a
seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio do Cristo Redentor. Enfrentam um
congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e
professores em greve - e ficaram três horas parados na Avenida Brasil, altura
de Manguinhos, onde seus relógios são roubados em um arrastão. Às 12h30m,
resolvem ir para o centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o
pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de R$ 100 falsas, dessas que são
feitas grosseiramente a partir de notas de R$ 1.
Por fim, às 15h45m chegam ao Tom Jobim para seqüestrar um avião. Os
pilotos da VARIG estão em greve por mais salário e menos trabalho. Os
controladores de vôo também pararam (querem equiparação com os pilotos). O
único avião na pista é da Transbrasil, mas está sem combustível.
Aeroviários e passageiros estão acantonados no saguão do aeroporto,
tocando pagode e gritando slogans contra o governo.
O Batalhão de Choque da PM chega batendo em todos, inclusive nos
terroristas.
Os árabes são conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto,
acusados de tráfico de drogas, que tiveram plantados papelotes de cocaína nos
seus bolsos.
Às 18 horas, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de
bandidos do Comando Vermelho, eles conseguem fugir da delegacia em meio à
confusão e ao tiroteio. Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se
dirigem ao balcão da VASP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes
vende os bilhetes omite a informação de que os vôos da companhia estão
suspensos.
Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir o
Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.
Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma
coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasquinho com queijo
de coalho e limonadas. Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem se recuperar da
intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne
estragada usada nos sanduíches. Foram levados para o Hospital Miguel Couto,
depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse
os hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC foram atendidos por uma
enfermeira feia, grossa, gorda e mal-humorada.
Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.
Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto
do estádio do Maracanã. O Flamengo acabara de perder para o Paraná Clube, por
6x0. A torcida rubro-negra confunde os terroristas com integrantes da galera
adversária (que havia ido de Kombi ao Rio) e lhes dá uma surra sem precedentes.
O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente
deles.
Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo
corpo, em especial na área proctológica. Ao verem uma barraca de venda de
bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida (mesmo que seja
pecado, Alá que se foda!). Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam
voltar ao Miguel Couto. Os médicos também diagnosticam gonorréia no setor
retofuricular inchado (Pé de Mesa não perdoa!).
Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na
traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra
das Araras.
Desnorteados, famintos, sem poder andar e sentar, eles são levados pela
van de uma Ong ligada a direitos humanos para São Paulo. Viajam deitados de lado. Na capital paulista, perambulam o dia todo à
cata de comida.
Cansados, acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja no Centro.
A Polícia Federal ainda não revelou o hospital onde os dois foram
internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo
de mata-mendigos. O porta-voz da PF declarou que, depois que os dois saírem da
UTI, serão recolhidos no setor de imigrantes ilegais, em Brasília, onde
permanecerão até o Ministério da Justiça autorizar a deportação dos dois
infelizes, se tiver verba, é claro.
Os dois consideraram desnecessário terrorismo no Brasil e irão
sugerir um convênio para realização, no
Rio e São Paulo, de treinamento especializado em caos social para o pessoal da
Al Qaeda.
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